quinta-feira, 3 de novembro de 2011

COMENTÁRIOS DO RICARDO CAPRIOTTI.

Conforme prometido, hoje é dia de contar como foi a subida da serra de Maresias no revezamento do último sábado. E aproveito para dedicar esta postagem aos meus companheiros de equipe imprensa que terminaram o desafio da Nike em honrosa antepenúltima posição. Infelizmente este ano não pude aceitar o convite da marca esportiva, mas fiquei orgulhoso pela conquista dos meus colegas.

Um rápido comentário sobre o revezamento Bertioga-Maresias. A prova é bem organizada, mas chegou ao limite e acredito que os responsáveis perceberam isso ao restringir o número de inscritos a dois mil corredores. O sistema viário e a estrutura das belíssimas praias do litoral norte paulista não comportam mais gente. Em alguns momentos o congestionamento chegou a preocupar e algumas transições entraram em risco. Fora isso, vale cada centavo do investimento, é diversão garantida e certeza de um sábado cheio de adrenalina.

Estava em uma equipe de seis pessoas e tinha dois trechos a percorrer. O primeiro deles foi exatamente igual a um dos percursos que fiz nos 600K da Nike no ano passado. Saída do final da Riviera de São Lourenço, aproximadamente três quilômetros de areia média, mais uns 800 metros de trilha com direito a dois pés enlameados e finalização com três mil metros de asfalto. Fechei em 31 minutos cravados, me poupando para a temida subida da serra.

O clima entre os corredores no último posto de troca, antes do morrão, é de apreensão, especialmente entre os que nunca encararam aquilo. É possível ouvir desde as estratégias de cada um, até relatos que desanimam o maior motivador do planeta. Um caldeirão de emoções.

Recebi a munhequeira com o chip às 13h39 e larguei pronto para administrar meus limites. A saída já é em subida, dura porém curta, mais ou menos 1k. Depois vem o trecho plano que passa em Boiçucanga, bom para se concentrar no que está por vir pela frente. A temida subida mede aproximadamente 3K e tem uma inclinação diferente de tudo que já corri. Não tem Aldeia da Serra, Pico do Jaraguá ou Biologia na USP. A serra de Maresias é única.

Antes da prova uma máxima dizia que andar ali era preciso. E é exatamente isso o que a imensa maioria dos participantes faz: caminhar na subida. Eu havia me proposto a não andar. Por uma questão de princípio na minha vida de corredor. Nunca precisei caminhar em um treino ou prova. Não é motivo de orgulho, que fique bem claro - até porque caminhar é parte inerente da corrida -, mas porque nunca tive necessidade e este é um desafio pessoal. Apenas isso.

Fui para o desafio disposto a não andar. Comecei bem, passando gente que corria e muitos outros que caminhavam. À medida em que a subida não acaba e você começa a enxergar todo mundo andando, a vontade de caminhar é absurda; a cabeça joga contra. Mas eu estava bem. Cansado, evidente, mas com força nas pernas. A imagem da subida infindável e das curvas serpenteando o morro ajudam a te derrubar. Meu cálculo apontava que estava no meio da subida e a energia estava acabando. Diminui bem o ritmo, um passo bem curto que me deixou em dúvida se era melhor aquilo ou uma caminhada a passos largos. Não, caminhar nem pensar. Segui puxando ar lá do fundo, expirando com força, me concentrando no topo.

A temperatura de 28 graus era mais um adversário, porém nada pior do que o vento. Quanto mais subia, mais forte ele ficava e mais difícil era manter um ritmo adequado. Com tanta gente andando, com o vento intenso e com o corpo começando a fadigar pensei realmente em andar. Foi quando avistei o treinador Alex Busnello. O amigo me deu a informação mais preciosa do fim-de-semana: “Não para, faltam 150 metros!”

Era tudo o que eu precisava ouvir (Valeu, Alex!). Ajustei a passada, inspirei profundamente e acelerei para chegar no alto. E aqui vai uma sugestão aos organizadores. Colocar placas com a metragem regressiva desde o pé da serra até o topo. Ter informação dessse tipo e em caminho radical para quem está sem o GPS é fundamental.

















Prof.Alex Busnello - Assessoria Esportiva
corrida. triathlon. ciclismo

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